quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Nevoeiro no Pinhal do Rei esconde "ene" coisas :-)

Ontem, de manhã com um nevoeiro “acamado” peguei no objecto negro que faz um barulho seco, e fui dar uma volta pela floresta a dentro para ver o que a natureza me oferecia. Pensei que com este nevoeiro todo, os seres vivos estivessem a aproveitar para dormir mais um pouco na sua camita... Percorri lentamente e foram surgindo paisagens diferentes do habitual, que são sempre iguais nos dias de sol.


Dirigindo Ribeiro a baixo após paragem no Vale dos Pirilampos encontrei um pinheiro ainda marcado pelos fogos do passado, lembrei-me de um fogo que houve `a muitos anos atrás por aquelas bandas, deveria de ter uns 8 anos, lembro-me que foi algo muito feio e destrutivo. Mas ali estava um resistente daqueles dias de tristeza ainda com a carrasca semi-negra até às braças, as 15 metros de altura.



No direcção Pedras Negras – Pinheiros Mansos olho para o lado e avisto um felino que nos tempos passados deve ter sido um doméstico e que trocou a responsabilidade e o ambiente confortável do lar e do seu papel de guarda de ratos e aquecedor de pés pela liberdade e contacto da natureza. Poder tornar-se um antepassado, e seguir os linces ibéricos em busca de roedores saborosos que se propagam pela mata a dentro.



Ao alcançar este ser, olhamos nos olhos, peguei na máquina e o felino fez uma pausa na sua caminhada e deixou-me registar em jpeg a sua presença naquelas bandas. Após o clique seco seguiu o seu caminho e penetrou bruscamente mato a dentro.







Segui caminho, atravessando o nevoeiro espesso passando de talhão em talhão pela mata nacional, onde cheguei ao famoso quatro caminhos, olhei à direita, e lancei os meus olhos de lince para o pinheiro solitário, o Sementeiro da zona e lá estava ela, aquela ave de rapina, linda, meditando na enorme braça.


Parei o carro, desliguei o motor para não fazer barulho e lancei mato a dentro armado em camalhão perito, e naquele momento convencido que o Ser estava meditando na direcção de São Pedro, e zuca... Afinal o tipo tinha um olho no burro e outro no cigano! Moi!! Ehehe com certeza!! Lançou-se num voo rápido, deu umas voltas no ar espesso e carregado de humidade, como dizendo VI-TE eheh e deslizou num voo soberbo pelas copas verdes do talhão sul dos quatro caminhos.

Após aquele encontro imediato, segui rumo à ponte nova e dei de frente com um bando de corvos brincalhões, que ao me verem pararam à minha frente, tirei a máquina e fugiram para trás do carro, fiz marcha à trás e apontei a máquina, e como num gozar de aves negras que de sinal de morte não têm nada, fugiram para a frente do carro, foi um momento de “toque e foge” eheh e quem estivesse a observar aquela cena devia estar a pensar o que um palhaço está a fazer para frente e para trás eheh

Pronto, foi uma hora rica naquela manhã de nevoeiro, e na qual tive a sorte de captar uns belos seres vivos que aproveitam bem as manhãs para as suas tarefas diárias de sobrevivência...

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